“… o Brasil parece mais a Dinamarca do que um país mestiço. Na TV, o negro sempre aparece na posição de empregado ou de chacota. O lado branco é chiquérrimo, e o outro, escravo ou ex-escravo” – Emanoel Araujo, artista plástico
“Com muita honra, vamos lançar os editais e apoiar e incentivar a produção da cultura negra por quem é negro” – Marta Suplicy, Ministra da Cultura
Não, isso não é racismo. É apenas uma ação afirmativa. Mais uma, de favorecimento aos “companheiros”.
Ou seja, Dona Suplicy destrambelhou de vez.
Não só faz tempo que perdeu a compostura como agora parece já não saber onde encontrar o mais mínimo pudor. Que coisa mais feia…
Tudo indica que a loura musa do PT não vem gostando muito do que o Ministro Joaquim Barbosa vem dizendo dos amigos dela que são réus no processo do Mensalão. Em sã consciência, quem de nós poderia considerar o Ministro em “posição de empregado ou de chacota”? A alguém ele pareceria um “escravo ou ex-escravo” em sua toga? Lewandowski estaria demonstrando ser mais “chique” que ele?
Eu cá diria que, quando Joaquim Barbosa abre a boca, vem resplandecendo de tão “chique”. Tão “chique” vem-se demonstrando o Ministro, que faz resplandecer a nossa cultura verde e amarela. Está “chiquérrimo”…!!! E ponham “chique” nisso!
Nada mais chique que a moral.
E que seria exatamente a cultura brasileira negra? A dos “criadores”, “atores”, “diretores”, “dançarinos”, “artistas plásticos” que “precisam” ser premiados? A da ficção, pois?
Porque a cultura brasileira da realidade nos parece muito bem representada no STF. Aliás, por inteiro. Ou não?
Até quando e até que ponto “precisaremos” fantasiar a nossa realidade?
————————————————
04/10/2012 – 19h37
Ministério da Cultura anuncia lançamento de editais para negros
DE SÃO PAULO
Em nota divulgada no início da noite desta quinta (4), o Ministério da Cultura informou que “vai lançar editais com a temática afrodescendente, condicionando a produção e criação a produtores e criadores negros”.
“É uma justa reivindicação da comunidade negra”, disse a ministra da Cultura, Marta Suplicy. O anúncio se segue a uma reunião de Marta com produtores da cultura digital, nesta segunda (3), em que, segundo o texto do MinC, houve um “desabafo de que a cultura negra é apoiada pelo MinC, mas não é realizada por produtores e criadores negros”.
A ministra da Cultura, Marta Suplicy, em visita à 30ª Bienal de São Paulo, na semana passada
Marta se reuniu nesta terça com a ministra de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Luiza Bairros, para discutir a questão. Também se reuniu com o diretor-curador do Museu Afro Brasil, Emanoel Araújo, para tratar das atividades de lançamento dos editais e da comemoração do Dia da Consciência Negra em São Paulo, em 20 de novembro.
De acordo com o MinC, a ordem da ministra aos presidentes da Funarte, Antonio Grassi, da Fundação Biblioteca Nacional (FBN), Galeno Amorim, e à secretária do Audiovisual, Ana Paula Santana, é de que apresentem, até a semana que vem, editais a serem lançados na data.
“Com muita honra, vamos lançar os editais e apoiar e incentivar a produção da cultura negra por quem é negro”, declarou Marta.
———————————————————–
Não é racismo, é ação afirmativa, diz Marta Suplicy sobre editais para negros
MATHEUS MAGENTA – DE SÃO PAULO
A ministra da Cultura, Marta Suplicy, anunciou nesta quinta-feira (4) que a pasta lançará, em comemoração do Dia da Consciência Negra (celebrado em 20 de novembro), editais para beneficiar apenas produtores e criadores negros.
“É para negros serem prestigiados na criação, e não apenas na temática. É para premiar o criador negro, seja como ator, seja como diretor ou como dançarino”, disse a ministra à Folha.
A decisão foi tomada na quinta em reunião em Brasília com a ministra Luiza Bairros (Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial) e com integrantes do MinC, como o presidente da Funarte (Fundação Nacional de Artes), Antonio Grassi. A decisão foi tomada na quinta em reunião em Brasília com a ministra Luiza Bairros (Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial) e com integrantes do MinC, como o presidente da Funarte (Fundação Nacional de Artes), Antonio Grassi.
A reunião foi realizada a pedido de Marta após debate, na última segunda, sobre inclusão digital em São Paulo. No evento, ela ouviu de um produtor cultural que a cultura negra é apoiada pela pasta, mas nem sempre é realizada por negros.
Para Nuno Coelho de Alcântara, representante em São Paulo da Fundação Cultural Palmares, instituição ligada ao MinC para promover e preservar a cultura afro-brasileira, um edital que condicione a seleção à raça do criador ou produtor pode “fomentar o preconceito racial”.
Marta discorda. “Não é [racismo]. Isso vai como uma ação afirmativa.”
A medida foi defendida por ativistas do movimento negro ouvidos pela Folha.
“Esse é o chamamento que faltava para a produção cultural negra no Brasil, que é rica e carente de apoios”, afirmou Sinvaldo Firmo, do Instituto do Negro Padre Batista, de São Paulo.
Para o artista plástico Emanoel Araujo, curador do Museu Afro Brasil em São Paulo, os editais representam uma “posição política”.
“Mas isso é muito bem-vindo. Como está, o Brasil parece mais a Dinamarca do que um país mestiço. Na TV, o negro sempre aparece na posição de empregado ou de chacota. O lado branco é chiquérrimo, e o outro, escravo ou ex-escravo”, disse.
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
Permitida a reprodução total ou parcial desde que citados autor e fonte. ®2003 – 2022 www.minhatrincheira.com.br todos os direitos reservados.