E O EB CONTINUA NA BERLINDA…

 

 

 

 Amorim - quem determina  Quais são as “normas vigentes”? Quem as determina?

 

     Ninguém se transforma em demônio apenas porque veste verde-oliva. Nem alguém se transformará em anjo por ser oliva, ser verde, ser vermelho ou ser civil.

 

     No sábado de Carnaval, informou-se que “o Exército apura cobrança de propina por Oficiais”. No domingo, a mesma informação continuaria sendo dada, de diferentes maneiras, em diferentes espaços, ainda mais acrescentada do que também seriam “informações”, ou seja, seriam “notícias”.

 

     O EB apura, sim; apura. E, para apurar a cobrança de propina, deverá apurar, primeiramente, se, de fato, uma propina foi cobrada e por quem. Ou não? Alguma coisa, então, parece estar muito mal contada, muito esquisita e “cheirando mal” nessas “notícias”. O que delas se retira é, apenas, que o EB continua firme na berlinda. E que todo o resto continua na folia.

 

     Onde terminam as notícias de fato e começa o disse-que-disse – ou seja, a fofoca?

 

     E qual é a notícia, afinal, que merece a nossa atenção ou mesmo o nosso espanto? – A de que os negócios feitos na área federal são suspeitos? – A de que houve “uma licitação para fornecer 65 ônibus ao BGP”? – A de que certo grupo, o Grupo Mascarello, venceu essa licitação? – A de que “o contrato com a Mascarello foi assinado sem o ‘por fora’ ” ou sem “pagar o ‘pedágio’ ”? – A de que, “no final do ano passado”, a dona do Grupo Mascarello contou a Requião (!!) que “Oficiais do Exército” a procuraram e exigiram propina para a formalização do negócio? – A de que Requião (!!), que é e, até 2015, será um Senador da República, por sua vez, diligentemente, contou o que ouviu ao Ministro… da Educação (!!)? – A de que Requião (!!) assim fez porque esse Ministro, que é Aluízio Mercadante (!!), “é filho de General e irmão de Coronel” (!!) ? – A de que Mercadante (!!), mais diligentemente, contou a Dilma Rousseff, estando Enzo Peri presente, o que ouviu de Requião (!!)? – A de que, ainda mais diligentemente, “a presidência exigiu providências”?

 

     Uma vez encontrada a notícia, procuremos que é, exatamente, o que de fato pode estar “cheirando mal”: – Rousseff ter lançado, em junho de 2012, um programa, orçado em R$ 8,4 bilhões, “de compras de máquinas e materiais para os ministérios”? – A destinação de “um pedaço dessa cifra” no reequipamento das Forças Armadas? – O Exército ter gasto R$ 1,8 bilhão “em compras que incluem de caminhões a lançadores de mísseis”? – O Exército não ter esclarecido por que o Batalhão da Guarda Presidencial precisaria “de tantos ônibus”? – O Comandante do Exército ter aberto uma sindicância após uma denúncia de Mercadante? – Ter Mercadante “(o filho, que por conveniência política não usa o sobrenome do pai militar) cobrado providências ao comandante do Exército” ? Ter o Comandante do Exército comunicado à Presidente Rousseff que “todas as providências que foram tomadas”? – Ter o Exército informado à Imprensa que “o processo licitatório já foi concluído (…) e a empresa representada pelo denunciante contemplada na forma do que está previsto nas normas vigentes”? – Ter também informado que “a citada sindicância se encontra em curso”? – Ter informado ainda “não haver como comprovar até o presente momento a ocorrência de propina no referido processo”? – Agir o EB, em geral, “com rigor”, cortando “a própria carne em tais casos”?

 

     Ou o que espanta e “cheira mal” é que a Imprensa tenha sido informada e divulgue que o Alto-Comando do Exército ordenou uma investigação sigilosa porque alguém, que venceu uma licitação, denunciou alguém a alguém mais, que é uma “autoridade”, que contou a mais alguém, que é Ministro da Educação, que disse à Presidente e ao Comandante do Exército que alguém ouviu de alguém, que venceu uma licitação, que o contrato só seria formalizado mediante pagamento de propina?

 

     Ponderemos, em nome da racionalidade, da inteligência ou do bom-senso: “O Exército deveria agir” neste caso “tão grave contra a honra e honestidade militar”? E não está agindo? Quem disse que não está? Deveria agir “com total transparência pública”? Essa “transparência pública” implicaria “tornar públicos os nomes dos envolvidos” em uma denúncia antes mesmo da apuração dos fatos, presumindo que essa denúncia seja suficiente para impor-lhes uma “punição sumária”? Essa “transparência pública” implicaria ainda a imediata divulgação à e pela Imprensa do resultado de investigações passo a passo? ? “Militares – principalmente seus generais – existem para conhecer, buscar e combater, permanentemente, o inimigo real”? O Exército deveria hoje estar caçando “os corruptores e os corruptos em qualquer instituição pública”? Quem são eles? Quantos são? Como identificá-los? O Exército deveria usar escutas do tipo das que eram usadas pelo finado SNI e divulgar à Imprensa o conteúdo de conversas gravadas? Para quê? Para que houvesse “um clamor popular” tal como “em 1964 houve” (e subseqüente clamor no sentido inverso também houve)? O Exército deveria “dar o exemplo… dando suporte e segurança a quem deseja fazer com [sic] que a ordem legal seja restabelecida e cumprida”? Quem deseja a ordem legal restabelecida? Que ordem legal? E quais são as “normas vigentes”? Quem as determina? Tendo sido o Comandante do EB informado (por um filho de General e irmão de Coronel ou não) que “Oficiais do Exército” exigiram propina, uma sindicância não seria necessariamente aberta antes que o caso (verdadeiro ou falso) fosse parar no Superior Tribunal Militar? Assim não age e não sempre agiu o Exército, com ou sem censura, com ou sem a cobrança da Presidência, com ou sem a cobrança de um Ministro da Educação, com ou sem uma ordem expressa de um Ministro da Guerra ou do Exército? Assim agem, porque sempre agiram, todos os órgãos federais?

 

     De resto, onde termina o disse-que-disse – ou seja, a fofoca, a folia – e começa, de fato, a notícia de fato?

 

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PS – se o que vale é se divertir neste Carnaval, não custa dar uns pulos em:

http://desciclopedia.ws/wiki/Roberto_Requi%C3%A3o

http://desciclopedia.ws/wiki/Mercadante

http://www.youtube.com/watch?v=Aeq0OEgPOgM

http://www.marcovilla.com.br/2012/03/como-mercadante-virou-doutor.html 

   etc. etc. etc…

 

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Sindicância foi aberta

http://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2013/02/09/exercito-apura-a-cobranca-propina-por-oficiais/

09/02/2013 – 19:34

Exército apura cobrança de propina por oficiais

Josias de Souza

Por ordem de Dilma Rousseff, o comandante do Exército, Enzo Peri, abriu sindicância

Sindicância aberta pelo Exército apura denúncia feita contra oficiais que atuam no setor de compras. Eles estariam condicionando a assinatura de contratos com empresas vencedores em licitações ao pagamento de propinas. A coisa começou a cheirar mal no final do ano passado, quando uma empresária paranaense procurou o senador Roberto Requião (PMDB-PR).

Chama-se Iracele Mascarello a empresária que levou os lábios ao trombone. É dona do Grupo Mascarello, fabricante de ônibus. Conforme relato do repórter Hugo Marques, ela procurou Requião em novembro do ano passado. Contou ao senador que sua empresa vencera uma licitação para fornecer 65 ônibus ao BGP (Batalhão da Guarda Presidencial) – negócio de R$ 17,8 milhões.

Às vésperas da assinatura do contrato, contou Iracele a Requião, oficiais do Exército contactaram um representante da empresa em Brasília. Informaram que a formalização do negócio exigiria o pagamento de propina. Informado, o senador decidiu passar a informação adiante. Requião foi à presença do ministro Aloizio Mercadante (Educação).

Filho de general e irmão de coronel, Mercadante contou o que ouvira a duas pessoas: o comandante do Exército, general Enzo Peri, e Dilma Rousseff. A presidência exigiu providências. Abriu-se uma sindicância, ainda inconclusa. E o contrato com a Mascarello foi, finalmente, assinado. Sem o ‘por fora’.

A denúncia chega às manchetes oito meses depois de Dilma ter lançado, em junho do ano passado, um bilionário programa de compras de máquinas e materiais para os ministérios. Deu-se ao programa o apelido de PAC Equipamentos. Foi orçado em R$ 8,4 bilhões. Um pedaço dessa cifra será aplicado na reequipagem das Forças Armadas.

Numa conta que inclui de caminhões a lançadores de mísseis, o Exército já gastou R$ 1,8 bilhão. É contra esse pano de fundo monetário que se processa a investigação sobre a cobrança de propinas por oficiais. Em nota, o Exército informou:

“A citada sindicância se encontra em curso e, até o presente momento, não há como comprovar a ocorrência de propina no referido processo. Registre-se que o processo licitatório já foi concluído e a empresa representada pelo denunciante contemplada na forma do que está previsto nas normas vigentes.”

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DOMINGO, 10 DE FEVEREIRO DE 2013

Vamos acabar com a folia dos ridículos?

Por Jorge Serrão – serrao@alertatotal.net

(…)

É carnaval! Mas independentemente do reinado do Momo, nossa politicalha parece que vive em permanente carnaval. Principalmente com a coisa pública, da qual tiram proveito próprio. Por isso, não causa espanto a bravata lançada pela tal facção “Renanzista” contra nosso Estado nada Democrático de Direito. Lançar ameaças midiáticas ao Ministério Público e ao Supremo Tribunal Federal, para tentar blindar Renan Calheiros, só pode ser uma atitude de débil mental. Pois o Senado parece repleto deles. Daqui a pouco, sentiremos saudades do Sarney…

Um politizado amigo me mandou uma mensagem no meu grampeado e invadido e-mail, no sábado de carnaval: “A contra-revolução de 1964 no Brasil foi uma situação política especial, na qual houve a necessidade temporária de exclusão da democracia para que se preservassem os objetivos fundamentais da Nação, inclusive a própria democracia”. Análise justa e perfeita. Acontece que em 1964 houve um clamor popular para aquela ação…

Os militares de hoje dão sinais de que não acreditam mais naquele tipo de intervenção. Sobrevivem acuados pelo passado estigmatizado pela propaganda ideológica de esquerda. Assim, preferem aparentemente agir como passivos funcionários públicos fardados, mesmo quando atacados. Não chega a ser covardia, muito menos conivência. Mas sim uma pragmática conveniência. Cuidar da carreira e do contracheque dá bem menos dor de cabeça que se meter em política.

Miliares não devem ser interventores da vida pública. O papel constitucional deles é outro. No entanto, não podem se omitir diante dos problemas nacionais. Principalmente a corrupção. Por isso, pega muito mal o silêncio comprometedor diante da recente denúncia da revista Veja de que oficiais do Exército pediram propina para referendar a vitória de uma empresa paranaense, fabricante de ônibus, em uma licitação de R$ 17,8 milhões para fornecer 65 veículos para o Batalhão da Guarda Presidencial.

O caso foi denunciado pelo grupo Mascarello ao senador Roberto Requião (PMDB). Ele repetiu a denúncia ao ministro da Educação, Aloísio Mercadante Oliva, cujo pai é um General quatro estrelas da velha linha-dura. O próprio Oliva (o filho, que por conveniência política não usa o sobrenome do pai militar) teria cobrado providências ao comandante do Exército. O General Enzo Peri homologou a licitação, sem que a empresa tivesse de pagar o “pedágio”. Depois, ouviu todos os envolvidos e comunicou à Presidenta Dilma todas as providências que foram tomadas. Em geral, o EB age com rigor e corta a própria carne em tais casos.

O Exército deveria agir com total transparência pública para uma acusação tão grave contra a honra e honestidade militar. Primeiro, nada custaria ao EB esclarecer porque o Batalhão da Guarda Presidencial precisa de tantos ônibus, em uma das operações do PAC Equipamentos. Segundo, teria de tornar públicos os nomes dos envolvidos e sua eventual punição sumária. Não vale a pena repetir o maior erro fatal pós-64 – que foi a censura. A omissão da verdade custa aos militares perder a guerra de versões da história para a esquerda – que soube muito bem contar os fatos sob a ótica dela. Depois, não adianta gritar “Salve, Jorge”…

Militares não podem dar golpes… Também não devem sofrê-los. As Forças Armadas têm a destinação institucional de defesa incondicional da Pátria. Militares – principalmente seus generais – existem para conhecer, buscar e combater, permanentemente, o inimigo real. Não existem margens para agir de outra forma. Ainda mais contra a corrupção, os corruptores e os corruptos em qualquer instituição pública.

Militares não podem cair na folia dos ridículos. Rasgar a farda e os juramentos de fidelidade à Pátria não fazem parte de nenhum rito carnavalesco. General da banda só é bom nos bailinhos. “Os militares sabem de absolutamente tudo que acontece” – como já chegou a destacar o General Enzo, em um jantar fechado, curiosamente com o poder fardado vestido à paisana, exceto o Coronel que tomava conta da porta do salão do Comando Militar. Exatamente por saberem de tudo, não podem omitir e muito menos se omitir.

No vácuo institucional que se desenha, se os militares não cumprirem seu dever constitucional, o Brasil vai cair em anomia, com consequências imprevisíveis. Em tal quadro, generais precisam agir como samurais – jamais como gueixas seduzidas pelos podres poderosos de plantão. Cabe à sociedade apoiar os militares na defesa da Pátria e da essência das instituições – que precisam passar por um processo de depuração e reorganização para voltem a ser aquilo que deveriam, para o bem dos brasileiros.

Independentemente da ideologia de cada um, todos nós temos de dar um fim à ridícula folia do Governo do Crime Organizado. As Forças Armadas, como ainda respeitadas instituições nacionais fundamentais e permanentes, devem dar o exemplo. Sem golpes! Mas democraticamente, dando suporte e segurança a quem deseja fazer com que a ordem legal seja restabelecida e cumprida.

(…)

http://www.alertatotal.net/          

 

 

 

 

 

 

 

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